O ex-governador do Paraná Beto Richa, candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso na manhã desta terça-feira pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Curitiba, no Paraná.
Beto Richa é alvo de duas operações: uma realizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pela qual foi preso, e outra da Polícia Federal (PF), em uma nova fase da Lava Jato. Na 53ª etapa da Lava Jato, a casa de Beto Richa foi alvo de mandado de busca e apreensão.
A defesa de Beto Richa informou, por meio de nota que, até agora não sabe qual a razão das ordens judiciais e que ainda não teve acesso à investigação.
"Ele está muito bem, aguardando sereno. Sempre se dispôs a prestar qualquer esclarecimento à Justiça e também ao Gaeco. Não há razão para esse procedimento, inclusive, especialmente em período pré-eleitoral", afirmou a advogada do ex-governador, Antônia lélia.
Ela disse que deve ajuizar, ainda nesta terça-feira, um habeas corpus.
Operação do Gaeco
A investigação do Gaeco é sobre o programa do governo estadual Patrulha do Campo, que faz a manutenção das estradas rurais. A operação foi batizada de "Rádio Patrulha".
De acordo com o MP-PR, apura-se o pagamento de propina a agentes públicos, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. O MP-PR não informou quais suspeitas caem sobre Beto Richa.
Como a caso está sob sigilo, o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, não pode detalhar a operação "Rádio Patrulha". O montante de dinheiro envolvido na operação, por exemplo, também não foi informado.
Batisiti explicou que o programa Patrulha do Campo era um serviço que consistia na locação de máquinas pelo Governo do Paraná para a conservação de estradas rurais.
O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do PSDB para questionar como fica a candidatura de Beto Richa, porém, até a última atualização desta reportagem, o partido ainda não tinha se manifestado.
Na última pesquisa Ibope, divulgada em 4 de setembro, Beto Richa aparecia em segundo lugar – com 28% das intenções de votos.
"O Ministério Público tenta se pautar, embora não pareça para muitas pessoas, de acordo com as próprias condições. Não há uma vedação legal de se fazer investigações no período pré-eleitoral. Eu sei que, quando atinge uma pessoa que inclusive é candidata, é obvio que isso interfere. Mas, de alguma forma, nós não podemos parar os trabalhos por motivo dessa natureza, senão nós vamos ter que fechar, fazer férias, algo assim, em certos períodos", afirmou Batisti.
Veja a lista dos mandados de prisão:
Fernanda Richa (presa)– esposa de Beto Richa e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social
Deonilson Roldo (preso) – ex-chefe de gabinete do ex-governador
Pepe Richa (preso) – irmão de Beto Richa e ex-secretário de Infraestrutura
Ezequias Moreira (preso)– ex-secretário de cerimonial de Beto Richa
Luiz Abib Antoun (preso) – parente do ex-governador
Edson Casagrande – ex-secretário de Assuntos Estratégicos
Celso Frare (preso) – empresário da Ouro Verde
Aldair W. Petry (preso)
Dirceu Pupo (preso) – contador
Joel Malucelli – empresário J.Malucelli
Emerson Savanhago (preso) – empresário
Robinson Savanhago (preso) – empresário
Túlio Bandeira (preso) – advogado
André Felipe Bandeira
As prisões são temporárias, com validade de cinco dias. Ao todo, são 15 mandados de prisão. Até o momento, 12 pessoas foram presas.
Inicialmente, havia sido informado que Edson Casagrande tinha sido preso, mas o MP-PR corrigiu a informação às 11h45 desta terça-feira.
O coordenador do Gaeco ressaltou que as prisões têm fundamento legal. Deonilson Roldo é réu na Lava Jato e também foi alvo de prisão da PF.
Por Diego Ribeiro e Thais Kaniak , RPC Curitiba e G1 PR
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